eu
tu
ele
somos os homens
diante
da distante
aurora
digerindo a fome e
o frio
nada temos
nada podemos
exceto cantarolar
músicas
obscuras e tristes
quem somos
de onde viemos
aonde vamos
são interrogações
que ficaram
para trás
hoje
nos contentamos
em saber
que somos
homens
e
isso é tudo
ou talvez
quase nada
entretanto
não vivemos por viver
vivemos para viver
e assim
viveremos
dia após noite
noite após dia
até que a vida
se canse de nós
de nós
que
insones
xingamos a aurora
como se ela
é que tivesse
perdido
a hora
Um comentário:
Este poema simples conquistou o 3º. lugar no XIV Festival de Poesia, Crônica e Conto de Imperatriz - MA, em 2003!
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