segunda-feira, 1 de junho de 2015

MAMÃE QUERIDA

Às sete da manhã, a mãe chega furiosa para a professorinha do Ensino Infantil:
– Professora, olhe, queria lhe pedir uma coisa. Por favor, não fique beijando meu filho quando ele chegar, não. Vai que ele acostuma com isso e depois eu não vou ter tempo nem paciência pra essas frescuras lá em casa, não!


ELE E EU

Hoje acordei pensando nele, depois de ter sonhado com ele. Devo estar
com saudades, não sei.
            Acho que não.
...        
            No sonho, eu o via ora perto, ora distante.
Era estranho. Ele se afastava e se aproximava tão devagar, que me dava até aflição.
O mais curioso é que, quando ele estava longe, tudo ficava mais claro, mais nítido. Eu conseguia visualizar todos os detalhes do seu rosto, do seu corpo. Já de perto, ele era como se fosse um borrão. Uma imagem confusa.
            Mesmo assim, eu sabia que era ele...
É, eu sabia.
Sabia, sim.
           ...
            Uma lágrima descia do meu olho esquerdo, quando acordei pensando nele. Não liguei. Deixei que ela rolasse à vontade sobre minha pele, até se dissolver rapidamente no travesseiro.
            Senti então uma tristeza profunda. Mas, por incrível que pareça, outras lágrimas não vieram. Aquela lágrima foi única, brotada de dentro do meu inconsciente – portanto, não era a expressão sincera do meu sentimento.
...
Permaneci por cerca de meia hora na cama, pensando nele. Ainda era
 cedo, e inutilmente tentei dormir um pouco mais.
            Depois tomei banho, tomei café e fui para o trabalho.
            Não pensei mais no sonho o dia todo, eu juro...
...
Mas, agora, já deitado pra dormir novamente, não há como disfarçar: sonhar é tudo que eu queria repetir!