quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

ORELHA PARA O MEU LIVRO DE CONTOS


mundoencantadosz.blogspot.com


A porta estava bem ali na frente, à minha espera. Encarar ou desistir? Deu aquele friozinho na barriga, mas entrei. E vi cada coisa! Agora, vou contar tudinho aqui para vocês...
Conto mesmo: são trinta e oito “visões”, e é com grande satisfação que ora as reúno neste meu livro inaugural. Pouquíssimos relatos aqui são totalmente inéditos. Uns já saíram em coletâneas impressas, e os outros estão fervilhando em meu blog, o Entre Palavras. Mas, cá entre nós: neste momento, estes trinta e oito rebentos – todos eles! – me parecem novinhos em folha, recém-saídos da gaveta... Vejo-os alegres e saltitantes que nem criança na casa da avó; que nem pipa faceira no céu; que nem cachorrinho solto na areia da praia... É tudo tão espantoso, tão deliciosamente diferente! É como se, somente agora, cada conto tivesse atingido a maioridade e se dispusesse a conhecer o mundo de verdade, lá fora...
Está bem, meus filhos. Podem ir aonde quiserem. Vão com a minha bênção. Como pai zeloso, ficarei sempre vigiando. Vigiando e vivendo. Aprendendo. Criando...

domingo, 18 de dezembro de 2011

Prêmio Augusto dos Anjos - FESERP

Acabo de ser classificado em mais um prêmio!

Confira a lista completa dos selecionados no link abaixo:

sábado, 10 de dezembro de 2011

LOS DIABITOS (reescrito)


Quero beijar sua boca, disse ele. Por que, disse ela. Porque ela é vermelha, disse ele. Mas você é meu irmão, disse ela. E daí, disse ele. É pecado, disse ela. Quem te falou, disse ele. Todo mundo, disse ela. Eu não ligo, disse ele. Tenho medo de ir pro inferno, disse ela. O inferno é caô, disse ele. Sei lá, disse ela. Ele não existe não, disse ele. Você é um bobo, disse ela. E você tem a boca bonita, disse ele. Bobão, disse ela. Sou mesmo, disse ele. Vai chover, disse ela. Vai, disse ele. E mamãe que não chega, disse ela. Pois é, disse ele. Se ela pegar a gente, disse ela. Bobagem, disse ele. Ela vai brigar, disse ela. Mamãe briga por qualquer coisa, disse ele. Verdade, disse ela. Me abraça, disse ele. Não, disse ela. Só mais uma vez, disse ele. Tá bem, disse ela. Agora me beija, disse ele. Dou um selinho, disse ela. Quero língua, disse ele. Selinho, disse ela. Língua, disse ele. Vou me levantar, disse ela. Eu não vou deixar, disse ele. Me solta, disse ela. Não, disse ele. Por favor, disse ela. Então me beija, disse ele. Só um pouquinho, disse ela. Meu amor, disse ele. Seu chato, disse ela...

 – Saiam já da minha cama, disse ELA!

terça-feira, 29 de novembro de 2011



blogdicas.com

Não me diga pra te esperar.
Eu não sou idiota!
Sei que você não vai voltar.

É melhor me levar logo com você...

RACHEL, MINHA GRANDE PAIXÃO!


"— Qual, se no céu faltasse água ou luz, por isso os anjos haveriam de se largar de lá? Céu é céu, de qualquer jeito..."

segunda-feira, 28 de novembro de 2011


tecnusgamer.blogspot.com

em algum lugar
alguma flor desabrocha
em algum lugar
algum pássaro sobe às alturas
em algum lugar
algum beijo é correspondido

em algum lugar
tantas coisas, sei lá

e na margem dessa ordem
vou compondo um poema
tímido poema
medroso de se lançar

é assim, é assim
que ainda vou me afogar

domingo, 27 de novembro de 2011

ESTRANHA PRESENÇA (reescrito)

uanmosa.com

Madrugada silenciosa e fria...
Michael, sonolento, está terminando o último capítulo do seu novo romance – O Homem Que Acenou Para O Diabo.
É o seu 13º romance. Uma conquista e tanto, para alguém destinado ao fracasso!
De repente, Cathérine assoma à porta do pequeno escritório... Pálida, de camisola e cabelos esvoaçantes.
Silenciosamente, ela caminha até a poltrona em frente à escrivaninha do marido, senta-se e fica olhando para ele...
Michael finge ignorá-la no começo, mas aquela presença o perturba – e ele não consegue mais escrever.
“Por favor, saia daqui!”, diz ele, encarando-a.
Cathérine sorri. Depois murmura: “Ah, meu querido, eu te amo tanto!...”
Num ímpeto, Michael levanta-se na intenção de pegá-la pelo braço e expulsá-la dali; mas desaba sobre a cadeira, acabrunhado...
Às vezes, se esquece de que a esposa está morta – pois não foi ele mesmo que a matou, um ano atrás, com dois tiros na cabeça?

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

DANÇANDO COM O DEMÔNIO


henriqueneme-henrique.blogspot.com


‘Estás linda!’, diz Tia Mei.
Ora! Diandra sabia disso. Como podia não estar linda para a noite mais importante da sua vida?!
Diante do espelho, suspira: ‘Ai, Tia, será que Ele...?’
A velha já saíra do quarto... Ah, para o inferno!
‘Não, pro inferno vou eu!’, emenda Diandra.
Ela vai para a pequena sala de estar. Senta-se no sofá muito séria.
Daí a pouco, Tia Mei traz uma xícara fumegante. ‘Vai te fazer bem, minha filha... ’
Diandra recusa.
A velha, contrariada, volta para a cozinha.
O relógio na estante marca 23:41. ‘Quase na hora!...’, pensa a garota alisando o vestido preto insinuante.
Tia Mei vem sentar-se junto dela. Ficam ambas caladas, até que a velha rompe o silêncio: ‘Estás fazendo 15 anos... Meu Deus, o tempo trai!’
Diandra não responde. Mantém-se ereta e sisuda – os pequenos olhos cor de amêndoas presos à porta.
‘E se Ele não vier?...’, solta a velha de repente.
A garota lança à Tia um olhar feroz.
O silêncio torna a cair. Só o relógio tic-tac na estante.
Meia-noite em ponto, a porta se abre. O cheiro de enxofre precede o estranho que entra pisando firme...
‘Meu amor!’, exclama Diandra.
 Tremendo de felicidade, ela corre para o esperado abraço...
 Dançam sem música por horas seguidas... Então o Grande Demônio ordena: ‘Vem comigo, doçura!’
 Tia Mei, gritando e chorando, bem que tenta impedir – mas é repelida com um safanão da sobrinha...
 Diandra sorri para o Grande Demônio. ‘Tô pronta!’, ela exclama.
 Agarradinhos, os dois saem; atrás deles, a porta se fecha – para sempre! – com um baque surdo...
 Caída no sofá, olhos revirados, a velha dá um grito pavoroso – e morre.                

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A AMEAÇA (reescrito)


viverereinventar.blogspot.com

O homem tinha mais ou menos a minha idade, e sentou-se do meu lado:
“Minha mulher me deixou!”, disse ele me encarando.
“E daí?”, pensei em responder; mas me contive e esperei...
Nervosamente, ele enfiou a mão no bolso do paletó, tirou a carteira, abriu e mostrou-me a foto de uma loira estonteante.
“Você acha ela bonita?”
“É muito bonita, sim.”
“Casaria com ela?”
Eu sorri encabulado.
Ele guardou a carteira. Suspirou:
“Você ia se arrepender amargamente!”
Estávamos sentados num dos bancos da pracinha arborizada do Largo, que, como sempre, regurgitava; pessoas iam e vinham – formiguinhas loucas e estressadas.
Eu olhei para as altas janelas de um prédio.
Aí vi uma gigantesca nuvem branca que tomava conta do céu azul.
“Não é estranho?”, perguntei ao desconhecido.
Ele também tinha reparado na nuvem, mas se fez de desentendido:
“O quê? Minha mulher ter me deixado? Também acho!”
“Estou falando da nuvem!”, ironizei.
Ficamos em silêncio.
Pensei em me levantar e deixar o chato sozinho.
Mas me peguei dizendo:
“Conta aí, por que tua mulher te deixou?”
Ele limpou o suor do rosto na manga do paletó.     Endireitou-se no banco:
“Porque eu era o marido perfeito. Por isso!”
“Ela também podia se achar a esposa perfeita, não acha?”
         “Como assim?”
         “Estou querendo dizer que talvez ela não te achasse tão perfeito assim.”
         Ele ficou um instante pensativo. Depois sorriu com convicção:
         “Ela achava, claro que achava!”
         E apontou o céu:
         “Está vendo aquela nuvem?”
Dessa vez fui eu que não entendi:
“O quê que tem a nuvem?”
“Ela se parece com minha esposa!”
Deixei que ele próprio se explicasse.
Passou um minuto. Dois. Dez. O horário do almoço estava acabando. Eu tinha que voltar para o trabalho.
“Preciso ir”, eu falei.
O estranho não respondeu. Seus olhos tinham grudado na nuvem e estavam marejando.
Levantei-me e, sem olhar uma única vez para trás, fui seguindo entre a multidão...
De repente, era como se eu não tivesse para onde ir!
Meus passos, incertos, me levaram a um barzinho. Pedi uma cerveja.
“Está vendo aquela nuvem, camarada?”, perguntei ao homenzinho perto de mim.
Ele olhou para o céu, franzindo as sobrancelhas. Tomou um golão e disse:
“Tomara que ela não caia em cima das nossas cabeças!”
Meu Deus...! Realmente, a nuvem parecia um pouco mais baixa...
Terminei minha cerveja e fui direto para casa.
À noite, peguei minha mulher e as crianças e voltei correndo para a casa (tão longínqua!) dos meus avós. Chorando feito um menino, abracei os velhinhos, os beijei e cantei para eles...
Agora durmo sossegado: já posso esperar pelo Juízo Final!...


terça-feira, 22 de novembro de 2011



Escreve conto, poesia, romance, e guarda tudo na gaveta? Que tal se inscrever num concurso literário, e mostrar seu talento pro mundo? Clique no link abaixo e veja dezenas de concursos - e o que é melhor: todos com inscrição gratuita! Clique! Quem sabe a sua história de sucesso não começa AQUI?
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domingo, 20 de novembro de 2011

o sol, 
 última testemunha
do meu desejo



helenaguimaraes.interdinamica.pt

sábado, 19 de novembro de 2011

vilamulher.terra.com.br

atirei-me às pétalas
e caí sobre os espinhos...






a pedra no telhado
não quebrou só o vidro

também derramou sangue





okajovem.blogspot.com

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Site dessa imagem:
gartic.uol.com.br


eis
                                            um poema
                        sem pé
nem cabeça


                 ainda bem
                                     que só tem
                          oito versos

                             
                        né?

domingo, 13 de novembro de 2011

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

TERROR CÔMICO


Ando às voltas com um novo conto que mistura terror e comédia.Estou curtindo pra caramba. O curioso é que eu sempre detestei filmes que contavam histórias desse tipo! Vá entender...

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

100 POEMAS 100 POETAS (EDITORA LITERACIDADE)

ESTOU PARTICIPANDO DE + 1 LIVRO!
Lançamento em breve!


Acesse a lista de participantes clicando aqui:



terça-feira, 25 de outubro de 2011

ERA MESMO UMA VEZ







Príncipe
gartic.uol.com.br


Hoje, quem me vê não acredita que eu já morei na beira do rio...
Mas eu já morei, sim!
Vivi alguns anos lá.
E eu até que gostava.
Apesar dos pesares, não dá para negar que viver ali tinha seu lado bom...
A vida que eu levo agora é bem diferente!
Moro num grande castelo, onde tenho tudo que é possível o dinheiro comprar.
Mas não é só isso – sou também um homem muito feliz.
E em breve serei muito mais, já que o meu casamento está marcado para daqui a alguns dias.
Minha futura rainha é uma moça linda.
Ela tem um coração de ouro – e posso dizer que ela é o melhor presente que já ganhei!
Se hoje levo essa vida de luxo e felicidade, é a ela que devo tudo isso...
  Às vezes, no entanto, ainda me pego pensando na minha vida de outrora...
Sinto falta dos meus amigos lá da beira do rio, e vez por outra dou uma passadinha por lá para vê-los – embora a gente tenha se distanciado muito e não se entenda mais do jeito que a gente se entendia...
Eu compreendo, sei que as coisas mudaram muito entre nós, que não dá mais para ser como era antigamente...
Ah!... Mas que delícia que é andar descalço na areia do rio, ou sobre os pequenos arbustos da margem!...
Tem dias que eu chego mesmo a mergulhar um pouco, lembrando os dias passados – aquele contato direto com a natureza, aquela vidinha sem preocupações...
Era  tudo tão bom... É tudo tão bom!
Volto para o palácio um pouco triste, mas aí vejo minha noiva me esperando com aquele sorriso maravilhoso e fico feliz outra vez.
E eu e minha futura rainha nos abraçamos e nos beijamos...
E o que me mais me alegra é saber que seu beijo continua igualzinho como quando ela me beijou pela primeira vez, lá na beira do rio...  
E foi então que, num passe de mágica, eu virei esse príncipe charmosão que agora sou!
Eu, que era apenas um sapo cururu...

domingo, 23 de outubro de 2011

GUARDA-CHUVA III


Aqui em casa, tá sendo muito difícil aceitar a morte de Leo. Pra nós, ele era como um membro da família. Anteontem mesmo, domingo, ele teve aqui em casa, estudando Matemática comigo. Saiu daqui por volta das 8:20. Chovia forte, e minha mãe ainda insistiu pra ele dormir com a gente, mas ele disse que não podia. “O Rico tá me esperando, sabe como é...”
Rico é o gato dele. É uma gracinha, apesar de ter uma mania pra lá de esquisita. Morre de medo de guarda-chuva preto aberto. É ver um e logo dá no pé. Uma vez eu falei pro Leo que talvez o amiguinho dele tivesse medo de morcegos e achasse que guarda-chuva fosse um morcegão. Não sei de onde tirei essa idéia, mas ela tava completamente equivocada. O Leo me contou que Rico até brincava com os morcegos no quintal, de tardinha. Eu mesma pude ver isso, certa vez. Sim, sim – às vezes eu também ia à casa de Leo pra estudar, ver vídeo, conversar. Os vizinhos dele pensavam que a gente fosse namorados. Mas não, éramos apenas amigos. Grandes amigos, apesar de nos conhecermos há bem pouco tempo – havíamos nos conhecido na faculdade.
O Leo era uma pessoa incrível. Contávamos tudo um pro outro. Ou quase tudo... Eu desconfiava que ele fosse gay, mas nunca tive coragem de perguntar isso a ele. Teve uma vez, uma única vez, que ele me perguntou se eu tinha coragem de ficar com mulher e eu disse que não. E revidei a pergunta: “E você, Leo, teria coragem de ficar com um homem?” Ele sorriu um tanto sem graça e disse: “Não.” Eu até brinquei: “Não ficaria... ou não sabe se ficaria?” Ele me deu um tapinha nas costas. “Claro que não, Vera!”, disse ele. E completou: “Mas nada contra, viu, amiga?” Sorrimos juntos, e mudamos de assunto. E nunca mais voltamos àquela conversa...
Domingo à noite, quando Leo estava de saída, ele me olhou de um jeito estranho, que não consigo explicar. Não sei por que tive essa impressão. Talvez tenha sido um presságio, sei lá... Acho que Leo notou que eu havia percebido alguma coisa, pois tratou logo de abrir o guarda-chuva que eu lhe emprestara, disse “bye” e mergulhou de vez no aguaceiro pra pegar a condução. Esperei que ele me ligasse quando chegasse em casa, mas o safado não ligou. Decerto tava ocupado demais colocando leitinho e biscoitinho pro Riquinho dele...
E agora meu amigo está morto! É duro acreditar que Leo se matou, logo ele que, apesar das dores, das perdas na vida, tinha um dos sorrisos mais luminosos que já conheci. Mas as coisas são assim mesmo, não é? Ninguém sabe o que de fato se passa na cabeça das outras pessoas, mesmo aquelas mais próximas de você...
Eu soube do acontecido só agora de manhã, depois que liguei pruma vizinha perguntando se ela sabia do Leo, pois desde a noite anterior que tentava ligar pra ele pra saber por que ele perdera a prova de Matemática, e o telefone só dava ocupado. A vizinha disse: “Vera, minha filha, aconteceu uma tragédia! O Leo se enforcou. De manhã cedo eu fui lá deixar um pedaço de bolo pra ele, chamei, chamei e nada. Vi que a porta tava só encostada, empurrei e foi aí que avistei o Leo pendurado na corda. Foi horrível, minha filha, foi horrível!”, terminou a vizinha resvalando no choro. Eu também comecei a chorar, e quando consegui me controlar, perguntei se a tia do Leo (sua única família), que morava lá na Zona Sul e raramente aparecia pra visitar ele, já tava sabendo. “Eu liguei e ela já tá vindo pra cá”, respondeu dona Aparecida. Depois ainda liguei mais duas ou três vezes pra ela. A velhinha, como eu, tá muito abalada. Pra ela, o Leo era um filho, “o filho que eu não tive!”, como ela própria dizia, coitada...

...

É quase meio-dia e eu tô saindo de casa com meus pais. A gente tá indo pro velório.
Tô muito confusa, juro que não sei o que pensar de tudo isso!
Tenho um entalo na garganta, e pergunto pro meu Pai se dá pra dirigir mais rápido. Ele me devolve um sorriso compreensivo e acelera, ao mesmo tempo em que Mamãe me abraça, amparando minhas lágrimas que recomeçam a cair...