terça-feira, 13 de abril de 2010

OS HOMENS DIANTE DA DISTANTE AURORA

eu
tu
ele
         somos os homens
diante
da distante
aurora

digerindo a fome e
         o frio
nada temos
nada podemos
exceto cantarolar
músicas
obscuras e tristes

quem somos
de onde viemos
aonde vamos
são interrogações
         que ficaram
para trás

hoje
nos contentamos
em saber
que somos
homens
         e
isso é tudo
ou talvez
quase nada

entretanto
não vivemos por viver
vivemos para viver
e assim
         viveremos
dia após noite
noite após dia
até que a vida
se canse de nós

         de nós
que
insones
xingamos a aurora
como se ela
é que tivesse
perdido
a hora

Um comentário:

Francisco Hélio Sena Brito disse...

Este poema simples conquistou o 3º. lugar no XIV Festival de Poesia, Crônica e Conto de Imperatriz - MA, em 2003!